Este ano, o IBAM iniciou projeto para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de Porto Velho, em parceria com o município, e, pela primeira vez, comunidades indígenas foram incluídas para terem garantia de qualidade no abastecimento de água, no esgotamento sanitário e no manejo de resíduos sólidos.
Para esta fase do plano, foram ouvidas oito lideranças indígenas das etnias Karipura, Cassupá/Salamãi e Karitiana, das aldeias Panorama, Cassupá/Salamãi, Central Karitiana, Caracol, Bom Samaritano, Rio Candeias, Aldeia Betarana e Juari.
Durante as entrevistas, para que sejam melhor compreendidas as necessidades das comunidades, as lideranças relataram que o abastecimento de água das aldeias provêm, em sua maioria, de poço coletivo ou de rio ou igarapé, sendo a Central Karitiana a única comunidade a possuir rede encanada. Todos consideram a qualidade da água boa, porém, não há registro de análise dessas águas consumidas.
Com relação ao esgotamento sanitário, à excessão de uma comunidade que ainda utiliza banheiro rústico improvisado, as demais possuem banheiro externo, cujos dejetos vão para uma fossa. Já sobre os resíduos sólidos, estes, normalmente, são enterrados ou queimados, inclusive, os de característica perigosa, como pilhas e lâmpadas, e os restos de comidas são utilizados para alimentar animais. A comunidade Cassupá/Salamãi possui uma caçamba da Prefeitura, que recolhe o lixo uma vez por semana.
De acordo com Karin Segala, coordenadora do projeto pelo IBAM, ouvir essas comunidades indígenas traz inovação ao Plano de Saneamento Básico de Porto Velho, pois, além de ser uma oportunidade de se conhecer melhor a realidade sanitária dessas comunidades, o município poderá formular ações integradas com agentes públicos e comunitários na busca por alternativas para melhorias dos serviços de saneamento básico:
“É sabido que as comunidades indígenas estão cada vez mais integradas aos padrões de consumo da sociedade atual, com novos hábitos de higiene, passando a consumir, em maior escala, produtos como pilhas e baterias, lâmpadas, entre outros materiais que geram embalagens em geral e de agrotóxico, o que antes não fazia parte do seu cotidiano. Portanto, esse plano irá beneficiar essas comunidades e a equipe do IBAM está muito orgulhosa por fazer parte deste projeto em parceria com a Prefeitura Municipal de Porto Velho”, conclui.