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MAR apresenta a história da cidade, seu tecido social, conflitos e contradições

No dia 1º de março, quando a Cidade do Rio de Janeiro comemorou 448 anos, o Prefeito Eduardo Paes inaugurou o MAR – Museu de Arte do Rio, um marco nas obras de revitalização da Zona Portuária, no centro da cidade.

O novo museu, aberto ao público a partir do dia 5 de março, exibe dois trabalhos de reconhecida importância  conceitual e técnica, desenvolvidos por integrantes da equipe do IBAM.

A cerimônia de inauguração contou com a presença da Presidente Dilma Rousseff , da Ministra da Cultura, Marta Suplicy, do Governador do Estado, Sergio Cabral, e de várias outras autoridades. O novo equipamento cultural da cidade, tem também a missão de inscrever a arte no ensino público por meio da Escola do Olhar, um ambiente para produção e provocação de experiências, coletivas e pessoais, com foco principal na formação de  educadores da rede pública de ensino.

O MAR está instalado na Praça Mauá, em dois prédios de perfis heterogêneos e interligados – o Palacete Dom João VI, tombado e eclético, e o edifício vizinho, de estilo modernista, originalmente um terminal rodoviário – que compõem a instituição, unidos por meio de uma praça, uma passarela e cobertura fluida, em forma de onda, transformando-os em um conjunto harmônico.

O museu foi inaugurado com quatro exposições: “Rio de imagens – uma paisagem em construção”, “O colecionador – arte brasileira e internacional na Coleção Boghici”, “Vontade construtiva na Coleção Fadel” e “O abrigo e o terreno – arte e sociedade no Brasil”.

“O abrigo e o terreno” reúne artistas e iniciativas de diversas regiões em torno de uma questão que – dadas as reformas urbanísticas quehoje transfiguram o Brasil, principalmente o Rio de Janeiro – se faz especialmente urgente: as concepções de cidade e as forças que sealiam e se conflitam nas transformações urbanísticas, sociais e culturais do espaço público/privado.

Entre as obras apresentadas que poblematizam a propriedade, a posse e o usufruto dos espaços sociais – o terreno – e os modos como produzem política e subjetividade, do direito à habitação ao desejo de abrigo, estão os trabalhos do qual o IBAM participou, caracterizando sua constante presença neste debate.

Coube à visão precursora do arquiteto e urbanista Carlos Nelson Ferreira dos Santos (falecido em 1989), que dirigiu o Centro de Pesquisas Urbanas do IBAM por vários anos e integrou o escritório Quadra, a inclusão dos dois trabalhos: o projeto de urbanização da favela Brás de Pina, realizado, na década de 1960, e o filme “Quando a rua vira casa”, que representa a versão cinematográfica do livro de mesmo nome cuja primeira edição foi publicada pelo IBAM, em 1981.

Em relação ao filme vale lembrar que o roteiro é de autoria de Carlos Nelson e Arno Vogel e foi dirigido por Maria Tereza Porciúncula de Moraes e que o original do mesmo integra o acervo do centro de documentação do IBAM que o cedeu ao Museu para que fossem feitas cópias digitais e, assim, pudesse ser exibido ao público.

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