O Fórum Iberoamericano e do Caribe sobre Melhores Práticas realizou uma atividade especial durante a 3ª Conferência das Nações Unidas para a Habitação e o Desenvolvimento Urbano Sustentável – Habitat III, que teve como anfitriã a cidade de Quito, Equador, de 17 a 20 de outubro. O evento, sob o título “Elevando a Escala das Boas Práticas a Realização de Políticas Públicas”, foi realizado na tarde do dia 19 no Pavilhão do Governo da Espanha, patrocinador do Fórum.
O tema do evento expressa uma nova fase do protagonismo do Fórum que se propõe, num movimento de baixo para cima, inspirar as políticas públicas com o que se realiza de mais inovador, transformador e identificado com a geração efetiva de benefícios genuinamente demandados pelas populações mais vulneráveis das cidades. A orientação do trabalho do Foro para a construção de políticas públicas se propõe a dar sentido à multiplicidade de boas práticas verificadas nas cidades mas que, na maioria das vezes, são episódicas e sem compromisso com mudanças mais profundas e de maior escala nos meios de vida urbanos. A questão central que inspira essa nova fase do Fórum parte do princípio que se tais práticas são, de fato, dignas dos destaques e dos prêmios que costumam ganhar, porque não constituem a prática comum dos atores estratégicos que tem mandatos e recursos para atender às demandas urbanas?
Nesse momento em que a Nova Agenda Urbana resultante da Conferência do Habitat III busca servir de base ao aperfeiçoamento das políticas públicas em todo o mundo, essa perspectiva parece fazer todo o sentido. Afinal, o aprendizado é que as chamadas boas práticas, mudando paradigmas e construindo novas formas de encarar problemas e soluções, costumam antecipar o caminho esperado das políticas públicas.
O IBAM, junto com outras instituições latino-americanas, é membro fundador do Fórum, criado em decorrência da conferência do Habitat II, realizada em 1996 em Istambul, Turquia. Ao longo desses quase 20 anos a rede técnica de trabalho do Fórum promoveu a identificação e avaliação de boas práticas nos meios urbanos, difundiu conhecimento e apoiou premiações internacionais no assunto. Cabe agora ao Fórum, frente à Nova Agenda Urbana, construir os caminhos capazes de unir atores, projetos e recursos em busca de políticas públicas que transformem as boas práticas em práticas comuns.