Os participantes do Curso de Especialização em Gestão Pública com Ênfase em Governo Local, da turma com foco em Planejamento Territorial, realizaram visita técnica acompanhados pela coordenadora Rosane Biasotto às localidades Sol Nascente e Pôr do Sol, em Ceilândia, considerados os maiores complexos de terras públicas, chamados de assentamentos informais do Distrito Federal. A visita foi conduzida pelo arquiteto e urbanista Luiz Sarmento, da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (CODHAB-DF). A companhia é responsável pela implementação da Lei de Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo, aplicada em 10 escritórios espalhados pelo Distrito Federal.
O grupo visitou dois postos de assistência técnica, onde são realizados atendimentos em construção conjunta. Entre as atividades realizadas nestes locais, estão a regularização fundiária e os cadastros em políticas públicas em programas habitacionais. Sarmento destacou o Projeto “Na Medida”, que viabiliza projetos arquitetônicos e de engenharia gratuitamente com o objetivo de buscar soluções econômicas, salubres e seguras de moradia.
A moradora Francisca Ambrósio do Nascimento, uma das entrevistadas pelo grupo durante a visita técnica, é conhecida no bairro como Dona Chica. Líder comunitária do Pôr do Sol, a potiguar foi sinônimo de resistência e organização coletiva na história da região. “Me juntei a outros moradores de rua e, juntos, enfrentamos a polícia militar para garantir a nossa moradia. No começo foi difícil acreditar que a gente teria esse serviço de assistência técnica gratuita, mas realmente aconteceu”, ressaltou a liderança.
“Na construção de Brasília, as áreas mais pobres foram erguidas muito distantes do centro, o que gerou problemas para as comunidades de baixa renda com um crescimento urbano desordenado. Para amenizar esses problemas, realizamos trabalhos como titulação de terrenos e elaboração de projetos arquitetônicos, tendo a população como protagonista. O diálogo entre nós e os cidadãos é fundamental para o desenvolvimento desses projetos”, afirma Sarmento que, ao lado dos colegas, iniciou o trabalho em Ceilândia em 2015.
Para a coordenadora da turma de Planejamento Territorial, Rosane Biasotto, “a visita foi fundamental para que os alunos conhecessem de perto soluções práticas para o enfrentamento de desafios discutidos em sala de aula, essenciais para que o planejamento territorial possa promover a inclusão social nas cidades”.