Foi realizado na cidade colombiana de Medellín o 7º Fórum Urbano Mundial. O evento é organizado, a cada dois anos, pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), constituindo hoje o maior evento global no tema.
Na extensa programação do WUF7 foram realizados, além de cerimônias oficiais, diálogos, assembleias temáticas, sessões especiais, sessões plenárias, eventos em rede, mesas-redondas, eventos de treinamento e lançamentos de livros. Estandes serviram de apoio a exposições e atividades específicas de várias organizações, universidades, empresas e países. A iniciativa inovadora da Academia de Jornalismo Urbano visou promover o aperfeiçoamento do trabalho da imprensa em temas de interesse das cidades. Uma cinemateca apresentou uma amostra da produção de filmes que tratam de diferentes realidades e temas vividos hoje pelas e nas cidades. Dentro e fora do local do WUF7 a cidade de Medellín organizou uma rica agenda cultural paralela.
O IBAM, desde 2002, tem participado de todos os eventos da série do WUF. Nesta 7ª sessão, esteve representado também como membro do Fórum Iberoamericano e do Caribe sobre Melhores Práticas, que realizou com o ONU-Habitat, o PNUD e o Governo da Espanha um evento sobre Boas Práticas e Gestão do Conhecimento.
O destaque do WUF7 foi para a Mesa Redonda de Prefeitos e Prefeitas, representados pelos titulares de Barcelona, Medellín, Santiago do Chile, Budapeste, São Paulo, Nanjing e Delft. A mensagem dos prefeitos foi clara, em função do contexto de cada região e continente do mundo. Do ponto de vista geral, destacaram a importância da circulação e do compartilhamento da informação e do conhecimento para apoiar as decisões de governo. O modelo global de desenvolvimento foi posto sob críticas por se apoiar no consumo e não em estratégias de combate à desigualdade e à segregação social. Também se colocou em evidência a necessidade de medidas efetivas de longo prazo com relação à mudança do clima que afeta as cidades e seus cidadãos mais vulneráveis.
Da Europa vieram manifestações sobre a necessidade de alinhamento das políticas urbanas com a geração de trabalho e o combate ao desemprego. Frente à agenda global de megaeventos, foi destacada a necessidade dos governos locais não perderem foco naqueles que vivem o cotidiano das suas cidades. Da América Latina foi enfatizada a importância do combate à desigualdade e do aumento do tempo livre dos trabalhadores, particularmente por meio de medidas de melhoria da mobilidade urbana e da criação de espaços públicos seguros e acolhedores.
Finalmente, prefeitos e prefeitas destacaram o papel das cidades na inovação, o valor da liderança e a necessidade de assumirem postos relevantes de decisão nas organizações multilaterais que promovem e financiam programas e projetos voltados para as cidades.