Preservar expressivo patrimônio cultural e paisagístico e atender às demandas de expansão de uma das mais importantes instituições cientificas do país. Este é o desafio proposto ao IBAM pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Tendo como conceitos que pautam sua atuação promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico e ser agente da cidadania, a Fiocruz tem mais de vinte unidades. Boa parte delas ocupa seu principal campus, junto à Avenida Brasil, no bairro de Manguinhos, Rio de Janeiro, com área de mais de oitocentos mil metros quadrados e mais de cem eficações.
Seu Pavilhão Mourisco, edifício de autoria de Luiz Moraes Junior e concluído em 1918, é exemplo expressivo da arquitetura eclética carioca que pode ser visto de vários pontos da cidade, além de atuar em favor da orientação dos usuários dentro do campus. Símbolo da instituição, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1981, junto com demais exemplares de arquitetura eclética do campus. Em 1998, o Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC) tombou três edifícios modernistas, sendo o principal deles o Pavilhão Arthur Neiva, concluído em 1951 e projetado pelo arquiteto Jorge Ferreira. Apesar do foco de tais tombamentos se dar nas edificações isoladamente, a Fiocruz desde 1989 conta com o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) que gere este importante acervo como um todo e tem proposta de poligonal que engloba tais edifícios ecléticos e modernistas e outros de relevância histórico-cultural, além da significativa massa verde que serve de amortecimento dos mesmos.
É sobre esta poligonal que se lançará maior foco no Plano de Ocupação da Área de Preservação do Campus da Fiocruz de Manguinhos, ou simplesmente POAP-Fiocruz, produto final de assessoria técnica do IBAM contratada pela Fiocruz. A parceria entre as duas instituições pretende criar importante instrumento de planejamento, especificamente com foco físico-territorial, que incorpore concomitantemente os aspectos de uso e ocupação do solo, as necessidades de expansão e a integridade das construções, de modo a fazer cumprir a missão e as vocações da Fiocruz. Nesse sentido, as noções de ambiência e de visibilidade dos bens tombados são absolutamente estratégicas, de modo a ampliar a gerência físico-territorial sobre os mesmos.
Outrora tendo assessorado a realização do plano diretor para todo o campus de Manguinhos, em 1988, o IBAM já atuou em outros planos para campi de instituições públicas que tenham bens arquitetônicos tombados no seu acervo. É o caso do Plano Diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (2003), do Plano Diretor do Campus do Observatório Nacional e do Museu de Astronomia e Ciências Afins (2005), premiado em 2009 pelo IAB-RJ, e do Plano Diretor do Campus do Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (2009). A assessoria para a elaboração do POAP-Fiocruz tem previsão de término em maio de 2011.